NOSSA QRG

NOSSA QRG

domingo, 2 de dezembro de 2012




Radioamador: Aterre sua Estação!* 
Crezivando JUNIOR, PP7CJ 


Muitos radioamadores não atentam, relevam ou até mesmo subestimam a necessidade de implementar um sistema (eficiente!)  de aterramento  de sua estação-base... Há, inclusive, quem chegue a confundir o  “plano-terra” (ou “plano de terra”)  com o próprio “aterramento da estação” – definitivamente, 
são itens bem distintos.

Função do aterramento 

À exceção das antenas tipo monopolo verticais (cujo rendimento condicionase à eficiência de seu plano de terra), o sistema de aterramento, numa estação terrena, jamais poderia ser “a mesma coisa” que um plano-terra: A função do aterramento é manter todos os equipamentos instalados na estação em “potencial zero” para radiofreqüência. 
Ainda que a pergunta fosse “Mas o aterramento não serve apenas para “desviar descargas eletrostáticas?” – a resposta seria negativa. A única exceção (ou seja, aterramento e plano de terra serem a mesma coisa) é nocaso dos radioamadores que operam com antenas tipo monopolo verticais, a bordo de embarcações – a água salgada desempenha, simultaneamente, as funções de aterramento e de plano de terra. 
Instalação do aterramento e o “Teste de Rendimento”Para proteger sua estação (e mais ainda – proteger a sua vida – o preço de um transceptor não se compara a uma família desamparada) convém ao 
radioamador prudente a instalação de um bom sistema de aterramento (bom no sentido de eficaz) – o qual pode consistir em: 

1) Bater hastes específicas (vendidas em lojas de material elétrico) – método prático e barato, só inconveniente para quem mora em prédio de apartamentos, sobrado ou andar superior – atente para inspecionar, regularmente, o estado visual e mecânico da peça de contato aparafusada à haste e 
reaperte-a quando necessário. Em caso de oxidação constante, é bom pincelar um pouco de betume da judéia (um impermeabilizante que evita a proliferação das “manchas 
verdes”; 

2) Interconectar todos os chassis de equipamentos da estação com malha curta (malha das sobras de RG213 ou similar) num arranjo em “Y” (todos os equipamentos convergem para o mesmo fio terra central – e não conexão em “U”, na qual a malha vai passando (pulando) de um chassi para outro. Lembre-se de que o fio terra deverá funcionar como se fosse um funil (e não uma “ponte”, passando de um equipamento para o outro, até encontrar o ponto de escoamento para a terra)... daí, “A”, “B” e “C” convergem simultaneamente para o terra (e nunca de “A” para “B” e chegando em “C”, para somente então ir à terra) – veja a ilustração das diferenças entre estes arranjos (Chain Daisy): 

E na configuração a seguir, você confiaria? E num caso de excesso de carga no primeiro equipamento? Teria que passar pelo segundo, depois pelo terceiro...

3) Conectar a estação a um (ou mais) radiador(es) automotivo(s) velho(s), interligados com malha grossa (novamente  as malhas das sobras de cabos tipo RG-213, ótimas para isto) e aplicando solda tipo “dura” – Atenção!, não use estanho neste arranjo, pois na presença de umidade a d.d.p. galvânica entre o estanho e o cobre desencadeia corrosão eletrolítica. De forma a melhorar a “condutividade” da terra nas covas dos radiadores,  convém misturar pó de carvão à terra ou algum produto químico à base de Malha de RG-213 sulfato de cobre e inspecionar a eficiência do sistema esporadicamente.

4)  Nunca, sob nenhuma hipótese, utilizar o famoso “terra eletrônico”. Tais aparelhos – quando não prometem milagres, propõem-se ao impossível e nâo têm a mínima utilidade numa estação. Seu apelo estético (“o LED aceso é bonito e ilumina o shack à noite”), pode literalmente “torrar” sua estação e 
induzir harmônicas, além de não se prestarem à função de aterramento.O teste do aterramento da estação pode ser feito simplesmente ligando o sensor de um medidor de R.O.E (“SWR Meter”) ao chassi do transceptor e transmitir uma portadora: Se houver RF será acusada pelo instrumento, então o aterramento está insuficiente. Lembre-se, o aterramento da estação é contra a RF (não visa, aqui, proteção unicamente contra transientes elétricos – até porque isto já está feito no lado terra do “medidor” de energia da sua 
residência). Assim, proteja-se (eletricidade não gosta de amizade e nem respeita ninguém!) e assegure a eficiência de seus equipamentos, - inclusive até minimizando ou eliminando de vez o problema da nefanda TVI: Zere o potencial de RF de sua estação: instale um bom sistema de aterramento.

*Nota: Este comentário técnico jamais pretendeu ofender quem quer que seja. Trata-se de “elucubrações” e deduções, a partir de comentários, informações, pesquisa, etc. Caso discorde ou tenha algo a acrescentar, corrigir ou suprimir, por favor, mande-me um e-mail. Agradeço quaisquer colaborações, críticas, sugestões, etc coetera. 

- O Radioamador transforma sua realidade – 
Forte abraço de Crezivando JUNIOR PP7CJ 
crezivando@gmail.com 
82-3032-0710 
82-9967-5463

Nenhum comentário:

Postar um comentário