COMO FUNCIONAM OS BEACONS DAS
CAIXA PRETAS DOS AVIÕES
Por João Roberto S. Gândara Ferreira, PY2JF.
Em evidência nas últimas semanas por conta do desaparecimento do Boeing da Malaysian Airlines, as ditas “caixas pretas” são na realidade laranja, bem mais fácil de avistar durante as buscas em águas profundas.
O Underwater Locator Beacon (ULB), ou localizador beacon subaquático, é o dispositivo que transmite um sinal ultrasônico para que as equipes de resgate localizem as caixa pretas. Na realidade são duas, uma que contém os dados das últimas horas do voo e outra que grava as últimas horas de comunicação, seja via rádio ou interna.
Esse beacon é uma peça relativamente pequena, lembra muito aqueles capacitores eletrolíticos do passado, com comprimento por volta de 10cm e pouco mais de 3cm de diametro.
Um sensor de humidade na extremidade esquerda do beacon (foto) ativa o dispositivo quando submerso em água. A partir daí ele começa a transmitir um pulso ultrasônico de 10ms de duração a cada segundo na frequência de 37.5 KHz.
Pulso de 10ms a cada segundo em 37.5 KHz.
Sua potência acústica varia de 160.5 dB a 180dB, permitindo um alcance entre 2 a 5 Km, dependendo de muitas variáveis, como a profundidade que se encontra, temperatura das águas, condições metereológicas da superfície ou até mesmo interferências.
Utiliza uma bateria de lítio de 7.2V com capacidade sufuciente para pouco mais que 30 dias de transmissão. Os fabricantes recomendam a troca de bateria a cada 2 anos, o que fica por conta das companhias aereas. Infelizmente existem relatos de baterias que nunca foram substituidas. O preço de um beacon desse tipo varia entre U$600 à U$1500.
Segundo estatísticas recentes, a taxa de sucesso na recuperação de caixas pretas por causa dos beacons é de 90% nos últimos 27 acidentes aereos de grandes aeronaves.
O dispositivo utilizado para detectar os pulsos do beacon é um sensor ultrasônico chamado de Towed Ping Locator, que em português seria algo como “Localizador de Ping Guinchado”. Esse dispositivo é preso a um navio que o arrasta pelas águas em busca dos sinais. Normalmente esse procedimento é feito após a identificação de destroços na área a ser buscada. Buscar por sinais do beacon no mar sem que haja sinais de destroços é como procurar uma agulha num palheiro.
Militar segura um beacon junto ao localizador ultrasônico.
MATÉRIA EXIBIDA PELA CRAM: http://www.cram.org.br/wordpress/?p=6316
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